28 de nov. de 2011

SOBREVIVÊNCIA DO NÁUFRAGO

SOBREVIVËNCIA DO NÁUFRAGO
O aquaviário, desempenha uma função a bordo de embarcações nacionais e internacionais é importante saber que as questões relativas à segurança dizem respeito a todos a bordo. Você deve trabalhar seguindo as normas de segurança para prevenir acidentes e situações de emergência.
É dever do seu comandante/mestre manter a tripulação devidamente treinada para
enfrentar possíveis situações de emergência, como incêndio, abalroamento ou colisão,
água aberta, e, principalmente, naufrágio.
Isso não é o bastante. Todo aquaviário deve se interessar pelos assuntos ligados à salvatagem.
O conhecimento das técnicas de sobrevivência e o treinamento adequado podem
salvar sua vida!

Os recursos para salvatagem nas embarcações
As normas marítimas brasileiras determinam que as embarcações têm que possuir a bordo equipamentos de salvatagem. São esses equipamentos que vão garantir a
Equipamentos de salvatagem que você deve conhecer: os equipamentos individuais e os coletivos.
São exemplos de equipamentos individuais de salvatagem;
o colete salva-vidas e a bóia circular


Os equipamentos coletivos de salvatagem são as embarcações de sobrevivência encontradas a bordo:
• as balsas salva-vidas infláveis, normalmente utilizadas em embarcações de mar aberto;
.• as baleeiras, existentes nos navios de maior porte;
• os aparelhos flutuantes, também conhecidos como
balsas rígidas, usadas apenas nas embarcações empregadas em águas interiores.
A sua parte central destina-se apenas a acomodar uma pessoa ferida ou inconsciente ou uma criança; e
• em casos especiais, o bote orgânico (inflável ou rígido).

Colete salva-vidas
É o principal equipamento de salvatagem a bordo da embarcação. É tão importante que cada pessoa, seja ela tripulante ou passageiro, deve ter um à sua disposição. Treine com freqüência a sua colocação.
Lembre-se: as normas internacionais estabelecem que você tem que vestir o colete salva-vidas, corretamente, em até 1 minuto, e sem ajuda. Este dispositivo foi feito para aqueles que sabem e os que não sabem nadar. Assim, mesmo que você seja
um excelente nadador, vista-o. Existem vários modelos de coletes salva-vidas. O mais
importante é que o que você irá utilizar a bordo esteja aprovado pela Diretoria de Portos e Costas (DPC). E como você reconhece que o equipamento está aprovado pela DPC? Ao inspecioná-lo, quando embarcar, procure o carimbo de homologação.
Os tipos mais simples são vestidos pela cabeça e amarrados na altura da cintura. É importante que o equipamento fique bem ajustado ao corpo, não ficando
frouxo, pois quando a pessoa entra na água, a tendência dele é subir, causando desconforto ao náufrago, podendo inclusive sair pela cabeça.
É fundamental que você obedeça às seguintes regras:
• Nunca use seu colete salva-vidas como encosto, almofada ou travesseiro, pois você pode avariá-lo.
• Não o tire da embarcação, pois poderá faltar para alguém a bordo.
• Sempre que for feito algum treinamento, principalmente dentro da água salgada, o equipamento deve ser lavado com água doce e posto para secar, antes de ser guardado no camarote ou no paiol de salvatagem

Bóia salva-vidas
A Autoridade Marítima exige que se tenha a bordo das embarcações bóias salvavidas.
A bóia é um equipamento utilizado na faina de resgate de pessoas que estejam dentro da água.
A bóia salva-vidas (também conhecida como bóia circular) pode ter alguns acessórios, como uma retinida flutuante, um sinal fumígeno flutuante (fumaça na cor laranja para sinalização durante o dia) e um dispositivo de iluminação automático (conhecido como facho holmes, para sinalização durante a noite).
O número desses equipamentos existentes a bordo depende do comprimento da embarcação. É importante que estejam distribuídos pelos dois bordos da embarcação.
Como dito acima, a bóia circular é muito utilizada na faina de “homem ao mar”, ou seja, quando um tripulante ou passageiro de bordo cai dentro da água. O que fazer numa situação de emergência como essa? Essa é uma pergunta que todo aquaviário tem que
saber responder. O mais importante é o tempo em que se leva para retirar a pessoa de dentro da água. Quanto mais rápido, maiores as chances de sobrevivência.
• em primeiro lugar, dê o alarme, ou seja, grite avisando ao timoneiro ou comandante/mestre que tem alguém dentro da água;
• jogue, de preferência, uma bóia salva-vidas, procurando recuperar a pessoa antes que
ela tenha passado pela embarcação;
• não sendo possível, lance ao mar equipamentos de sinalização para marcar a posição da pessoa (lembre-se, as bóias circulares podem ter como acessórios sinais de fumaça ou dispositivos de iluminação);
• mantenha a vítima sempre à vista;
• providencie com os demais tripulantes, algum dispositivo para içar a pessoa de dentro da água.

Embarcação de sobrevivência
Existem duas maneiras de você entrar em uma balsa inflável: seco ou molhado. No embarque direto, ou método seco, deve se entrar na balsa sem mergulhar na água. Em
seguida esta é arriada na água com o pessoal dentro dela. Caso não seja possível, o embarque será molhado, isto é, você terá que entrar na água. O
procedimento é pular sempre de pé (regra dos “pés primeiro”), com as pernas fechadas e braços juntos do corpo, de preferência segurando seu colete salva-vidas e nadar até o bote salva-vidas e embarcar nele com calma. Em embarcações empregadas para navegação interior, geralmente existe uma balsa rígida.
Se a sua embarcação possuir uma balsa salva-vidas inflável, procure embarcar de forma correta, utilizando os acessórios da entrada. A melhor maneira de embarcar na balsa salva-vidas, de dentro da água, é utilizando a escada de tiras e a plataforma de embarque, como demonstrado na figura abaixo.
Se durante o lançamento da balsa salva-vidas, ela inflar de cabeça para baixo, você poderá facilmente desvirá-la. Para isso, suba na balsa e fique sobre o cilindro de CO2, em seguida, puxe o cabo de endireitamento localizado na parte inferior da balsa. Lembre-se: todo material de salvatagem deve possuir certificado de homologação emitido pela DPC.

Procedimentos do náufrago antes do resgate
Uma coisa você tem que ter sempre em mente: você só é sobrevivente após o resgate! Até ser salvo, você é apenas um náufrago.
Para alcançar o seu objetivo, que é ser resgatado com vida, você tem que observar
os procedimentos de sobrevivência no mar. Veja os mais importantes:
• após embarcar na balsa salva-vidas, corte o cabo que a prende à embarcação;
• caso o mar esteja agitado, mantenha o colete salva-vidas vestido;
• afaste-se da embarcação que está afundando, mas mantenha-se nas
proximidades do naufrágio, pois isto irá ajudar as equipes de busca e salvamento a encontrálo;
• recolha os companheiros que estejam dentro da água e aplique os primeiros
socorros a quem deles necessitar e, também, todos os objetos que estiverem flutuando e
que possam ser úteis;
• procure reunir todas as outras embarcações de sobrevivência que estejam nas proximidades;
• estabeleça turnos de vigia com o objetivo principal de observar a aproximação de um navio ou aeronave;
• não se exponha ao sol, principalmente sem roupas, pois os raios solares podem
causar queimaduras graves. Improvise uma cobertura para sua embarcação de sobrevivência, caso ela não a possua;
• proceda à distribuição controlada das rações de sobrevivência – água e alimento;
• evite fazer esforços desnecessários, pois aumentará o desgaste físico e a perda de água do corpo;
• envide esforços para manter a moral do grupo elevado; e
• deixe os sinalizadores de emergência (fumígenos e foguetes iluminativos com
pára-quedas) preparados para funcionamento.
• no caso de rios e de águas abrigadas, evite o sangramento de feridas quando na
água, pois o sangue atrai piranhas que atacam em cardumes e podem devorar uma
pessoa em poucos minutos.
O náufrago tem que estar preparado para ser resgatado. Essa etapa da sobrevivência é muito importante e não deve ser encarada com displicência. Ser detectado não significa ser resgatado. Muitos acidentes, alguns fatais, ocorrem durante o resgate.
Encare o salvamento com toda a seriedade possível, evitando crises emocionais. Deixeas para quando estiver em lugar seguro.
O resgate pode se dar por embarcação ou por aeronave (helicóptero), devendo o
náufrago estar sempre usando seu colete salvavidas.

Sobrevivência
Procedimento de abandono da embarcação
O tripulante tem que estar familiarizado com todas as suas funções, inclusive aquelas
ligadas às fainas de emergência, sendo a maior delas o abandono da embarcação, última alternativa, como medida extrema a ser tomada.
Atenção: no mar, a nossa embarcação é o local mais seguro.
A ordem para abandonar a embarcação deve ser dada pelo comandante ou
mestre.
Ao escutar o toque de alarme geral (uma série de sete ou mais apitos curtos seguidos por um apito longo), vista roupas adicionais e o seu colete salva-vidas e, então, dirija-se ao ponto de reunião (local previamente definido, que você deve guarnecer durante uma
emergência para receber instruções de como proceder). Esse toque antecede o toque das fainas de emergência (incêndio, colisão e abandono). É importante que você saiba o seguinte: esse toque não significa abandono da embarcação.
O toque de abandono é representado pelo acionamento da campainha de alarme
geral, que soará ininterruptamente.
• não leve objetos de uso pessoal nem qualquer tipo de bagagem.Omais importante
nesse momento é a sua vida e a de seus companheiros.
• havendo tempo, procure abastecer a embarcação de sobrevivência com água potável adicional;
• leve para a embarcação de sobrevivência apenas equipamentos úteis, como por exemplo: equipamentos de comunicação (rádios portáteis), de sinalização (fumígenos e pirotécnicos), cabos de fibra, acessórios náuticos (carta náutica do local, régua, compasso, lápis), cobertores, entre outros.
• execute suas tarefas relativas ao lançamento da embarcação de sobrevivência;
• entre na embarcação de sobrevivência, de preferência seco.
• assegure-se de que todos os companheiros destinados para aquela embarcação
estão a bordo;
• afaste-se da embarcação sinistrada.
Lembre-se, afaste-se apenas o suficiente para ficar “safo” da embarcação.

Vestimenta para o abandono da embarcação
A maior causa de morte em sobrevivência no mar é a hipotermia, que pode ser definida como a diminuição da temperatura do corpo causada pela exposição do náufrago a ambientes frios, principalmente no caso de imersão em água fria.
A roupa representa o primeiro elemento da proteção do náufrago. Evite abandonar a embarcação se não estiver apropriadamente vestido, principalmente com roupas quentes.
A prática demonstrou que as melhores roupas para o náufrago usar são as feitas
de lã. Se possível, providencie também uma proteção para a cabeça, pois esta é a parte
do corpo onde existe maior emissão de calor. Nunca esqueça o seu colete salva-vidas!
Algumas embarcações possuem roupas próprias para o abandono. São exemplos
a roupa de imersão e a roupa antiexposição.

Distância da embarcação sinistrada
É fundamental manter uma distância segura da embarcação sinistrada. O afastamento deve ser suficiente para que não ocorra a sucção dos náufragos quando essa afundar, evitando, também, que sejam atingidos por algum objeto que se desprenda e venha à superfície.
Outro fator que justifica o afastamento da embarcação é a possibilidade de vazamento de combustível, que poderá provocar incêndio, caso haja alguma fagulha.
É importante que os náufragos se mantenham nas proximidades do sinistro, numa
distância segura, principalmente se foi enviada uma mensagem de socorro.
Se o naufrágio se der nas proximidades de terra, procure chegar até ela, pois as condições de sobrevivência serão muito melhores.

Destroços como recurso para flutuação
Ocolete salva-vidas é o principal equipamento individual de salvatagem. É primordial
que toda pessoa que vá abandonar uma embarcação esteja vestindo o seu colete salvavidas.
Entretanto, se ocorrer uma situação imprevista em que o náufrago não tenha tempo
ou oportunidade de vestir seu colete antes de abandonar a embarcação ou se ficar impossibilitado de utilizar uma embarcação de sobrevivência será necessário improvisar
algum tipo de ajuda para se manter flutuando. Isto pode ser feito colhendo destroços da
própria embarcação naufragada que estejam flutuando no local, mantendo-os junto ao
corpo como um recurso para se manter na superfície. Isso fará com que você poupe energia e prolongue sua sobrevivência.

Ingestão de água salgada
Beber água salgada mata! Nunca beba água do mar, nem a misture com água potável.
Quando o náufrago bebe água salgada, o sal fica acumulado em seu corpo, havendo
necessidade de água potável para dissolvê-lo nos rins, e posteriormente, eliminá-lo através da urina. Como em condições adversas no mar não existe água potável em quantidade adequada para hidratar o corpo, a própria água do organismo vai migrar para eliminar o sal acumulado. Dessa forma, o náufrago que bebe água do mar agrava o seu estado de desidratação, podendo inclusive morrer

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