ATRACAÇÃO E DESATRACAÇÃO
VELOCIDADE E APROXIMAÇÃO
Velocidade mais apropriada e à forma de aproximação do local da manobra.
VELOCIDADE APROPRIADA
Velocidade apropriada para uma manobra significa encontrar um limite mínimo que não prejudique a ação evolutiva, ou seja, a velocidade deve ser adequada
para se manter o controle e o governo da embarcação.
Observação do odômetro - Esse é o método mais direto, quando é possível
observar, através do próprio odômetro, a velocidade da embarcação e aferir as
respostas a cada manobra, possibilitando, assim, conhecer a menor velocidade
que possibilite o governo da embarcação.
Observação da passagem de marcas - Este é um método prático, no qual
o navegante, através da observação de marcas (pontos notáveis) conhecidas,
pode verificar a velocidade em relação à própria embarcação, isto é, faz-se uma
marcação relativa e verifica-se a velocidade com que varia essa marcação. Este
processo é muito utilizado por práticos na entrada de portos e rios e possibilita
aferir com certa precisão, desde que se conheçam os pontos a serem observados.
Observação da esteira da embarcação - Este é também um método
prático e depende de um conhecimento mais aprofundado das características
específicas da embarcação. Consiste na observação da esteira Portanto, pode-se aferir a velocidade apropriada tendo como padrão o nível de turbulência conhecido. Apesar de ser um método prático eficiente, ele
pode gerar dúvidas, quando em áreas de águas restritas (canais e locais de
pouca profundidade), onde, mesmo com pouca velocidade, há formação de grande turbulência na popa.
No caso de haver dúvida quanto à velocidade apropriada para se efetuar uma
manobra, a maneira mais correta de agir é parar a embarcação, dando máquina a ré, e só depois iniciar a manobra. Para certificar-se da redução da velocidade, e mesmo da quebra de seguimento ( parar a embarcação ), uma forma prática e muito usual é através da observação das águas movimentadas pela descarga do hélice, quando dando a ré. Se a descarga acompanha a embarcação, a velocidade é de cerca de 3 nós.
Quando a descarga começa a ir para avante, a velocidade é cerca de 2 nós.
Quando a descarga alcança o meio da embarcação, significa que o seguimento
foi quebrado (embarcação parada).
PROXIMAÇÃO
A aproximação para executar manobras como atracação, fundeio, pegar uma
bóia, enfim, manobras que exijam certa precisão merece alguns cuidados.
Podemos destacar:
•reduzir a velocidade à apropriada para a execução da manobra
•analisar, cuidadosamente, todos os fatores externos que possam influenciar
na manobra, verificando qual deles é preponderante;
•planejar a manobra, antecipadamente, se possível utilizando o fator externo
preponderante pela proa; e
•deixar prontos a largar os ferros de bordo.
MANOBRA DE ATRACAÇÃO
INTRODUÇÃO
Veremos, nesta aula, algumas manobras de atracação usualmente aplicáveis em
embarcações de pequeno e médio porte, com transmissão eixo-hélice com passo
direito e leme convencional; são exemplos que servirão de base para desenvolver
um raciocínio que se poderá adequar a outros tipos de embarcações com
características diferentes.
ATRACAÇÃO POR BB SEM VENTO E SEM CORRENTE
A embarcação de um hélice (de passo direito) atraca mais facilmente por BB que
por BE, porque a popa normalmente tende para BB, quando se dá atrás, facilitando,
assim, a manobra de atracação.
A aproximação, neste caso, deve ser feita com um ângulo de cerca de 30°,
formado entre a linha do cais ou píer e a linha longitudinal da embarcação, com
o menor seguimento possível.
Ao se aproximar do cais ou píer, a uma distância possível de se lançar um cabo
ou retinida, carrega-se o leme todo a BE e dá-se atrás a toda a força, após o
lançamento do cabo.
ATRACAÇÃO POR BE SEM VENTO E SEM CORRENTE
Nesta manobra, deve-se tentar uma aproximação o mais paralelo possível do
cais ou píer, com pouco seguimento. Passa-se o primeiro cabo para terra pela
proa, coloca-se o leme a BB e a máquina a ré, somente para diminuir o seguimento
para avante da embarcação sem, no entanto, quebrá-lo. Desta forma, a tendência
da proa é guinar para BB e a popa para BE, encostando ao cais; além disso, o
cabo passado vira espringue de proa, o que poderá ajudar a restringir a guinada
(fazendo cabeço).
ATRACAÇÃO COM CORRENTE OU VENTO PELA PROA
Se a corrente ou vento for paralela ao cais, deve-se fazer uma aproximação o
mais paralela possível, isto é, com o menor ângulo de forma a aproá-la. Assim
que for possível, passa-se o primeiro cabo pela proa e pára-se a máquina, deixando
que a embarcação encoste, agüentando pela espia. Caso a intensidade do vento
ou corrente seja muito forte, pode-se amortecer o seguimento de aproximação
com o auxílio da máquina avante.
ATRACAÇÃO COM CORRENTE E VENTO DE TRAVÉS
Esta manobra torna-se perigosa quando o vento ou corrente produz abatimento
da embarcação para cima do cais ou píer. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado
na sua execução.
O procedimento mais correto, neste caso, é aproximar-se com um ângulo de
cerca de 45° e, a uma distância do cais de duas ou três vezes o comprimento da
embarcação, larga-se o ferro do bordo contrário da atracação; dá-se máquina a
ré para quebrar o seguimento e, simultaneamente soleca-se a amarra do ferro,
controlando a embarcação sob máquina e aproveitando a força do vento ou
corrente para a aproximação.
CONCLUSÕES
u A melhor ocasião para executar uma manobra de atracação é no estofo de
maré (maré parada), quando normalmente não existe corrente.
u Sempre que possível, utilize o vento ou corrente pela proa, pois facilita o
governo e é mais fácil de controlar a aproximação.
u Utilize sempre as espias para auxiliar na atracação, preferencialmente as de
proa, pois são muito eficazes para quebrar a guinada e fazer cabeço.
u Em toda manobra de atracação, os ferros de bordo devem estar prontos a
largar; em caso de emergência, não hesite em usá-los.
MANOBRA DE DESATRACAÇÃO
INTRODUÇÃO
Durante esta aula, veremos a manobra inversa da atracação, ou seja, a
desatracação. Utilizaremos a mesma embarcação, que atracamos na aula passada,
e as mesmas condições de vento e/ou corrente.
Mas, antes de iniciarmos a desatracação, é necessário fazermos uma verificação
nos equipamentos de bordo, já que eles permaneceram desligados durante o
período em que a embarcação ficou atracada, sendo, portanto, importante nos
certificarmos do seu bom funcionamento, antes do início da manobra.
Verifique, pelo menos, os seguintes itens:
•Funcionamento do Sistema de Propulsão - Ligue o motor propulsor
(máquina) e, após um período de aquecimento, dê uma palhetada (pequena
aceleração) para vante e, em seguida, para ré, verificando, desta forma, se o
hélice está livre para o bom funcionamento.
•Funcionamento do Sistema de Governo - Observe se na popa não existe
nada que obstrua o movimento do leme. Depois, carregue o leme todo para BB,
coloque-o a meio e carregue-o todo para BE. Desta forma, você pode se certificar
do bom funcionamento do leme.
•Funcionamento dos aparelhos de fundeio - Ligue os molinetes ou
cabrestantes e certifique-se de que os ferros de bordo estão prontos a largar.
•Funcionamento dos equipamentos de navegação - Verifique todos os
equipamentos de navegação, principalmente agulhas náuticas (giroscópica e/ou
magnética), radar, ecobatímetro e outros.
•Funcionamento dos equipamentos de comunicação - Verifique o
funcionamento dos equipamentos de comunicação externos e internos da
embarcação.
Após a verificação descrita acima, certificando-se de que todos os equipamentos
estão em bom funcionamento, o próximo passo é aliviar a amarração, ou seja,
deixar o número de espias necessário (um lançante e um espringue na proa e na
popa) e só então iniciar a manobra de desatracação.
DESATRACAÇÃO SEM VENTO E SEM CORRENTE EMBARCAÇÃO ATRACADA
POR BOMBORDO
Largam-se todos os cabos, ficando somente com o espringue de proa em terra;
dá-se máquina muito devagar adiante com o leme a meio, usando o espringue
como cabeço para abrir suavemente a popa; depois que esta abrir do cais,
carrega-se o leme 15° a BE e máquina a toda a força a ré. Quando o espringue
passar a través, larga-se e a embarcação estará desatracada.
DESATRACAÇÃO SEM VENTO E SEM CORRENTE EMBARCAÇÃO ATRACADA
POR BORESTE
Esta manobra de desatracação é uma das mais simples, tendo em vista que com
máquina a ré a popa tende a BB. Largam-se todos os cabos, ficando somente
com o lançante de proa; dá-se máquina a ré, devagar, com o leme a BB; quando
a popa abrir do cais, larga-se o lançante e a embarcação estará desatracada.
DESATRACAÇÃO COM CORRENTE E/OU VENTO PELA PROA
Esta manobra consiste em largar todos os cabos, ficando somente com o espringue
de popa; à medida que a corrente e/ou vento vai abrindo a proa, dá-se máquina
adiante, muito devagar; quando o espringue passa a través, larga-se e a
embarcação estará desatracada.
DESATRACAÇÃO COM CORRENTE E/OU VENTO PELO TRAVÉS
Esta manobra necessita do auxílio do ferro que foi largado no momento da
atracação, conforme foi descrito na aula anterior. Consiste em largar todos os
cabos, ficando somente com o lançante de proa em terra; inicia-se colhendo a
folga da amarra e, em seguida, soleca-se o lançante, de forma a, simultaneamente,
colher a amarra e solecar o cabo; à medida que a proa se afasta do cais, a uma
distância segura, larga-se o lançante e, com máquina devagar, guina-se para o
bordo do ferro, de forma a auxiliar o recolhimento da amarra.
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